Durante sua passagem pela Espanha para promover “Araña”, María Valverde concedeu uma entrevista ao canal Casa de América. Assista o bate-papo completo abaixo:
No final do mês de outubro, María Valverde e o diretor de “Araña”, Andrés Wood, concederam uma entrevista ao site The Wrap para falar sobre o filme. Leia a matéria, o vídeo e fotos inéditas:
No dia em que o diretor chileno Andrés Wood foi aos Estados Unidos para promover seu filme “Araña”, que é a submissão do Oscar (do Chile) este ano, seu país explodiu em protestos em meio a um período maciço e violento de revolta política.
O que começou como raiva por causa do aumento no preço da passagem do metrô foi apenas o ponto de ruptura da frustração da população chilena com seu governo por causa da desigualdade econômica. As pessoas ficaram nas ruas por dias, um estado de emergência nacional foi declarado e os manifestantes acusaram os militares de usar força excessiva.
Tudo isso reflete o tempo turbulento retratado no filme de Wood, “Araña”, que se passa tanto nos dias modernos quanto no início dos anos 70, pouco antes do presidente marxista Salvador Allende ser deposto em um golpe e substituído pelo ditador Augusto Pinochet. Assistindo e discutindo o filme como parte dos Prêmios TheWrap e Foreign Screening Series na noite de quarta-feira, Wood disse que ficou chocado com o fato de o filme se tornar surpreendentemente mais relevante e por que ele dá esperança a mudanças no Chile.
“Acredito que amanhã voltarei para outro país”, disse Wood ao The Wrap no Landmark Theatres em Los Angeles. “De certa forma, estou muito orgulhoso que as pessoas tenham reagido a isso. A questão é: como direcionaremos toda essa energia será um enorme desafio. Mas tenho muita esperança, apesar de o caminho para um novo equilíbrio, não sabemos exatamente como será.”
“Araña” é um thriller e triângulo amoroso que segue três ativistas fascistas que trabalham dentro de um grupo de oposição e cometem um crime político com o objetivo de derrubar o presidente Allende. Mas ele também avança para ver onde essas pessoas estão hoje, usando sua história de amor para conduzir o drama ao longo das décadas. Um dos fascistas ainda está escondido e lidera uma cruzada anti-imigrante, enquanto os outros são membros ricos da classe de elite do Chile que se beneficiaram do regime de Pinochet, mesmo quando os outros foram oprimidos.
Wood disse que a raiz da ideia do filme veio de se perguntar onde essas pessoas estariam e o que está acontecendo hoje no Chile. O filme começou a se desenvolver bem antes do Brexit, antes de Trump e antes do atual conflito político do Chile, Wood assistiu ao filme mudar em resposta.
“Há um grupo de chilenos que faz o que pode para manter o poder ou controlar”, disse Wood. “O filme estava ficando cada vez mais relevante no presente, e isso é algo que sempre pensamos. Estamos escrevendo e as coisas estão mudando muito rápido. ”
O que é intrigante sobre “Araña”, no entanto, é como ele encontra profundidade e complexidade em pessoas perigosas e improváveis, fascistas que estavam dispostos a assassinar e manipular sua busca pelo poder.
María Valverde interpreta Inés quando jovem nos anos 70, enquanto a atriz argentina Mercedes Morán interpreta Inés quando adulta. Como Valverde é espanhola e não chilena, ela teve que pesquisar a história do país para entender os impulsos e o ponto de vista de sua personagem, mesmo enquanto lutava para se alinhar à política de sua personagem.
“Isso me deixou tão nervosa porque estava lendo uma história que não quero ver. Não quero ver essa realidade e ver esse tipo de violência e radicalismo”, afirmou Valverde. “Para um ator, você não pode julgar seus personagens, não importa quão bons ou ruins eles sejam. Eu acho que ela é uma mulher muito poderosa. Ela sabe exatamente o que quer, não importa o quê. Eu tive que trabalhar esse lado e, porque é tão diferente de quem eu sou e como eu quero as coisas na minha vida, foi difícil. ”
Araña estreou no Chile no início deste ano e depois tocou no TIFF. Embora os críticos tenham elogiado o filme, Wood disse estar preocupado com o público que se preocupa com a simpatia de pessoas e ideologias perigosas. Wood, no entanto, achou necessário entender aqueles com quem ele poderia discordar para preencher a lacuna polarizada que existe hoje no país.
“Tenho um sentimento ambíguo sobre amor, ódio e raiva”, disse Wood. “Eu queria colocar isso em um filme, pessoas que você odeia, mas ao mesmo tempo elas têm um relacionamento amoroso.”
“É tudo sobre amor, embora falemos de medo e ódio”, disse Valverde.
Fonte | Tradução – Equipe María Valverde Brasil
Estávamos no aguardo! Após meses sem fazer qualquer tipo de ensaio fotográfico, para nossa felicidade, imagens inéditas de María Valverde foram liberadas pela revista YA – onde a atriz será a capa da segunda semana do mês de agosto. Os scans da revista já estão disponíveis em nossa galeria (e em breve essa postagem será atualizada com a entrevista completa traduzida):
Sergi Margalef, fotógrafo que realizou um ensaio com María em meados de 2011, postou algumas imagens inéditas dos bastidores em seu instagram. Veja as fotos em nossa galeria (e não deixem de curti-las na página do mesmo):
María Valverde é um dos destaques da edição de fevereiro da conceituada revista Vogue. Além do ensaio exclusivo, a atriz concedeu uma entrevista MARAVILHOSA, onde falou sobre assédio, diferença de salário e muito mais. Leia tudo abaixo:
Talento precoce, beleza de delicadeza singular e com uma brilhante carreira guiada com determinação, María Valverde inicia uma nova etapa. Morando em Los Angeles – cidade para a qual se mudou com seu marido – e depois de um ano cheio de satisfação profissional e pessoal, a atriz confessa que ela tem um plano: fazer as coisas do seu jeito.
Aos 30 anos ela trabalhou em tantos filmes quanto sua idade indica, e isso deveria torna-la uma pessoa inquieta. Mas quando María Valverde (Madrid, 1987) abre a boca e os olhos para oferecer sua visão do mundo e o amor por sua profissão, a calma e serenidade congelam a cena. Ela faz isso com uma xícara de chá quente em um estúdio em Belleville, um bairro humilde e cheio de cultura no nordeste de Paris, depois de um sessão de fotos onde ela foi caracterizada com roupas elaboradas à base de penas, etéreas e delicadas como suas características.
“Eu acho incrível que hoje ainda há dias para sessões de fotos como essa. Cuidadosas, detalhadas e com vocação artística”, ela sussurra. Sua voz suave, a crina no cabelo e um nariz aquilino envolvem a personalidade desta mulher que começou a brilhar quando criança, em La Flaqueza del Bolchevique (Manuel Martín Cuenca, 2003), um papel que conquistou o Goya de Melhor Atriz Revelação daquele ano. “Então eu era uma adolescente que parecia mais velha e pensava que sabia tudo, mas na realidade eu era muito desajeitada e mais ingênua do que eu admitia”, ela confessa. Com a fama servida em bandeja (midiática), escolheu tomar as rédeas de sua carreira e uma vida com mudanças constantes que deram seus frutos em filmes como Plonger (2017), o segundo longa-metragem como diretora da francesa Melanie Laurent. “Ao fim, consegui dedicar-me ao cinema que me encanta, e não ao contrario”, explica. “Esse era o objetivo mais importante, e é um triunfo pessoal te-lo conseguido.”
“Eu lembro como se fosse ontem a primeira risada que surgiu no set”, lembra a diretora francesa Mélanie Laurent. Mais conhecida como atriz pelo blockbuster Bastardos Inglórios (Quentin Tarantino, 2009), ela descobriu Valverde através de Melissa P. (2005), filme do italiano Luca Guadagnino inspirado em um romance autobiográfico sobre uma jovem siciliana com instintos de Lolita. “Eu me apaixonei pela complexidade com que nutre a personagem, no pleno despertar sexual, mas com grande maturidade. Naquele momento eu sabia que era uma estrela, por causa de seu magnetismo inexplicável”. Na história de Plonger (Sem distribuidora na Espanha), Maria é uma fotógrafa que se apaixona pelo personagem do ator Gilles Lellouche, se muda para Paris e acaba envolvida em um involuntário conflito de maternidade.
“Eu fiz o teste no verão de 2016, e não tive mais noticias. Em outubro, o produtor do filme, Cédric Klapisch, queria ter uma reunião comigo através do Skype, e pouco depois, me contaram que ele pediu para Mélanie rever as audições das atrizes estrangeiras. Ele me encontrou logo depois, no Hotel Costes em Paris, e conversamos sobre a personagem, nossos companheiros, e nossas próprias reflexões. Foi mais um encontro as cegas do que uma reunião profissional, acho que nos apaixonamos”, lembra emocionada.
Sua interlocutora, que também trabalhou com Valverde no filme “Galveston” – que estreia em outubro – lembra aquela tarde com o mesmo carinho. “Eu a vi como alguém que não tenta exagerar ou chamar atenção, apenas ser ela mesma. No set minha surpresa foi ainda maior. Ela não sabia falar francês, mas aprendeu por fonética em questão de dias. Não sabia nadar e aprendeu a mergulhar em horas. Maria trabalha incansavelmente, mas isso não impede que ela sempre esteja de bom humor, e é por isso que essa risada foi tão crucial. Foi um longo e difícil dia, a equipe estava cansada e as reservas estavam um pouco baixas. Mas sua risada, magnética e contagiosa, era como um sopro de ar fresco para que este projeto pudesse ser tão mágico.”
Interpretar uma mãe infeliz não é um desafio isolado na pista de obstáculos que Valverde atravessou antes da maioridade. Nestes 15 anos de carreira, ela encarnou mulheres tão complexas quanto a estudante universitária de “Madri, 1987″ (David Trueba, 2011) que se apaixonou por um escritor veterano na pele de José Sacristán; a Condessa Renatta de “Across the River and Into the Trees” (adaptação do romance de Ernest Hemingway); ou Zipporah, esposa de Moisés, na superprodução “Exodus: Gods and Kings”. “Uma trajetória da qual é impossível não ser fanático”, diz o diretor Fernando González Molina.
“Aconteceu poucas vezes comigo, pensar claramente em poucos minutos que um papel era para alguém. Tínhamos visto uma centena de atrizes para o personagem e, de repete, ela entrou com a cara lavada e um olhar poderoso. O contraste maravilhoso entre doçura e sofisticação, entre amadurecimento e frescor, foi propicio que Babi tenha feito através de Maria a viagem completa da inocência inicial ate o final da historia e em sua continuação, em ‘Tengo Ganas de Ti’ (2012). Isso, junto a sua química com Mario Casas, coprotagonista do filme, nos imergiu em uma viagem pessoal que guardarei, provavelmente, como a maior da minha carreira. Suponho que por isso o filme continue sendo uma referencia tantos anos depois: pela emoção honesta que encontramos nela.”
Outro fator para se orgulhar, um que sempre tem a acompanhando, é o esforço incansável pelo qual trabalhou em toda sua filmografia. “Maria vive sua profissão como um exercício de risco. Poderia ter ficado na Espanha e ter gravado outros vinte ‘Tres Metros Sobre el Cielo’ ou ‘Tenho Ganas de Ti’, e mesmo assim não teria arrependimentos”, diz Molina. Em vez disso, ela embarcou em 2014 em uma jornada profissional que a levou para viver no Azerbaidjão, Londres, Paris e Los Angeles, onde reside atualmente junto com seu marido, o diretor da Orquestra Filarmônica de Los Angeles, Gustavo Dudamel. “Me mudei exclusivamente por amor, essa cidade não é tão fácil para mim. É um lugar muito passivo-agressivo, mais complexo do que Londres, onde vivi dois anos. Minha conclusão é que sua casa é você, coisa que eu esqueci muitas vezes e em um lugar como este, é conveniente ter esse pensamento em mente para não se sentir perdido. Mas eu sou teimosa e nunca desisto: vou me apaixonar por Los Angeles”. A obstinação é uma das suas características quase menos conhecida, responsável pela escolha de rejeitar um projeto quando soube da notícia que seu companheiro de atuação havia recebido um salário significativamente mais alto.
Como seus produtores argumentaram sobre a decisão?
Eles vieram dizer que eu não podia cobrar o mesmo salário do ator, apesar de que nós dois éramos protagonistas. Eu disse que perfeito, mas que não faria o papel.
Além de Mélanie Laurent, a grande maioria de seus projetos foram dirigidos por homens. Está faltando oportunidades para mulheres cineastas?
Absolutamente. As mulheres continuam a desempenhar um papel minoritário e as coisas vão mudando lentamente, mas estamos a poucos anos luz do que o gênero masculino conquistou. As mulheres tiveram que desempenhar um papel se passando por homens. Elas tiveram que tomar atitudes que se supunham ser masculinas. Mas estamos cansadas, e é maravilhoso ser participante e espectadora dessa nova era.
Por que você acha que o escândalo do caso Harvey Weinstein foi necessário para esse despertar coletivo?
Por medo. Eu acredito que uma mulher, quando tem que enfrentar uma experiência traumática desse tipo, sua primeira reação é não admitir isso. Ela a esconde e tenta mantê-la em uma gaveta de sua mente para que nada a invada.
Você se viu em alguma dessas situações?
Sim. Tive uma experiência muito ruim com um diretor, mas soube como lidar com a situação e consegui pará-la a tempo. Em qualquer caso, se o testemunho de mulheres que falara até agora, em qualquer lugar do mundo, ajudou para que outras fossem capazes de fazer o mesmo e a falar alto e claro o que aconteceu no passado, e tudo o que não estamos dispostas a admitir no futuro, já cobrimos uma parte muito importante do caminho. Infelizmente, a indústria cinematográfica é uma das mais sexistas e o poder exercido pelos homens sobre as mulheres é quase uma base sobre a qual toda sua história foi construída. Aplica-se em situações que vão desde o tapete vermelho, onde as legendas das fotos sobre o carisma e talento delas são substituídas por seus vestidos e saltos, assim como a diferença salarial com que me cruzei naquele caso. As mulheres tiveram que desempenhar um papel historicamente feminino, e quando levantaram a voz e adquiriram uma atitude que até agora era patrimônio dos homens, isso foi gerando uma visão depreciativa para algumas. Mas, felizmente, paramos de nos importar com isso.
Afinal, o que aconteceu com aquele filme?
Acabaram me oferecendo o mesmo salário. E aceitei.
Essa audácia, de acordo com as contas, funcionou. Como na tarde de março do ano passado, em que se casou com Dudamel, que a acompanha hoje na sessão de fotos. Ou como na noite de 31 de janeiro de 2004, quando assistiu aos Prêmios Goya com um vestido de limão amarelo de Elisa Bracci. “Não havia risco: María não havia pisado em um tapete vermelho e já era uma estrela. O vestido era, na verdade, dois: sobre a estrutura de tule, um tecido chiffon da mesma cor flutuava em torno de sua silhueta. Era como uma aura de luz sobre a sua própria,” lembra Bracci.
O número de apostas pessoais que ela fez desde então é diretamente proporcional ao volume de papéis que interpretou, mas agora seu plano é precisamente parar de fazer números. Em sua filmografia não podemos ver suas próximas atividades, tampouco projetos secretos do tipo que várias atrizes falam em entrevistas. Mas Valverde não parece intimidada pelo futuro, longe disso. “Eu sou muito exigente comigo mesma, então deixei de cronometrar minha carreira e planejar os próximos dias. Participei de cinema comercial independente, com muito dinheiro no meio ou praticamente sem cobrar… e sempre cheguei no mesmo ponto de partida. Quero que meu trabalho me enriqueça tanto quanto a minha vida pessoal, mas sei que nem sempre pode ser assim. Este ano, sem ir mais longe, aguento alguns projetos que acabaram não sendo feitos. Mas, no final das contas, quero ser honesto comigo mesma e canalizar minha carreira como o instinto me guia. Continuarei a me dedicar a isso, porque eu adoro, mas já não vale mais a pena. Agora eu quero me encontrar. Acabei de completar 30 anos e tudo o que sei é que eu abri uma folha em branco para começar tudo de novo. E esse é o único compromisso na minha agenda até novo aviso.”
Fonte | Tradução – Equipe María Valverde Brasil e Laura C.
Dando continuidade à divulgação de Plonger, María Valverde concedeu uma entrevista ao site Liberation. Leia:
A doce e sonhadora atriz espanhola interpreta uma fotógrafa mãe passando por dúvidas no último filme de Mélanie Laurent, Plonger.
Se Paris é uma festa, como diz a propaganda, a capital ainda pode ser um diferencial onde a alma é sem limites, dá para se pensar ao ver a morena dos sonhos María Valverde, com um chapéu na cabeça, andando pelo Champ-de-Mars.
A atriz está na França para a promoção de Plonger, o novo filme de Mélanie Laurent, adaptado do livro de Christophe Ono-dit-Biot, no qual ela interpreta uma fotógrafa com incertezas, sonhando com mais aventuras e conflitos do que ser mãe de um bebê. E, ao contrário dos maus hábitos das estrelas internacionais, que engolem entrevistas como se fossem Apéricubes, imediatamente digeridas, logo esquecidas, a espanhola toma tempo para responder nossas perguntas em um café chique do 7º arrondissement. Além disso, ela ficará aqui pelo menos até o fim de dezembro. Seu marido, Gustavo Dudamel, um famoso maestro venezuelano da Orquestra Filarmônica de Los Angeles liderará a Bohème na Ópera de Paris. Ela aproveitará a oportunidade para caminhar, ver o Sena fluir sob a ponte Mirabeau ou passar dias tranquilos em Clinchy. Ele tem 36 anos, ela 30, eles estão juntos desde fevereiro, ela diz imediatamente, com voz suave e olhos brilhando. “Eu nunca quis realmente me casar. Não acreditava que devemos provar nosso amor assim, mas ele mudou todas as minhas crenças.”
María Valverde teve tudo muito rápido, talvez até um pouco cedo demais. Com a idade de 16 anos, em 2003, uma madrilena, de uma família comum, um pai desempregado aos 50 anos e incapaz de encontrar emprego, uma enfermeira mãe, estrelou La Flaqueza del Bolchevique de Manuel Martín Cuenca. Ela ganhou um Goya de Melhor Atriz Revelação, equivalente ao César para os nossos vizinhos hispânicos. Ela é uma celebridade, as capas de revistas e filmes que estão ligados, mais ou menos bons, em casa e no exterior, a Hollywood, com Exodus… de Ridley Scott, em 2014. Ela diz, em frente a um copo de água: “Comecei minha carreira pelo telhado e agora estou tentando construir as paredes”. Este ano, a construção foi francesa, aparecendo em “Ce qui nos lie”, de Cédric Klapisch, antes de “Plonger”, e então terá outro filme com Mélanie Laurent, Galveston, filmado em inglês nos Estados Unidos.
“Preciso de papéis em que falamos sobre mulheres reais, que estão sofrendo, que desejam ser bem-sucedidas e livres”, entusiasma-se a atriz. “Paz é uma mulher de ruptura, está perdida, não sabe onde ela está. Ela é todas as mulheres: todas nós estivemos lá”.
“Tive uma chance louca de encontrar em María”, escreveu Mélanie Laurent por correio. “Ela é maravilhosa: ela não apenas tem uma beleza irresistível, ela é acima de tudo sensível, inteligente e profundamente amável. Foi um sonho trabalhar com ela”. A atriz não fala francês: ela aprendeu seu papel na fonética. No filme, ela é apaixonante e encantadora e pontua suas frases com um sotaque ibérico encantador.
Na alegre atmosfera do café, onde ninguém parece precisar voltar ao trabalho, María Valverde sabe que já viveu uma vida, não gostaria de mudar nada no passado, mas gostaria de encontrar uma forma de liberdade. A católica não praticante diz que pinta muito, fala sobre as emoções que sente em frente às obras de Botero ou em face das obras-primas da Uffizi em Florença. Borboletas na barriga e na vertigem, como qualquer boa heroína romântica, à beira do desmaio, uma síndrome de Stendhal perfeita. A atriz gostaria de fazer escultura, estudar as artes, lamenta não ter ido para a universidade, depois de parar o ensino médio para um filme na Itália. “Minha vida pessoal é mais importante do que o meu trabalho”, ela explica, com um olhar separado que vemos com mais frequência em pessoas com mais idade, os cabelos brancos mais próximos, do que em uma garota com flores. Ou é como esta geração “Y” que declara alto e claro não ter nascido para sofrer. “Eu estava assistindo o outro dia um documentário, Jim & Andy, sobre Jim Carrey. Ele dá tudo, ele é seu personagem o tempo todo. Há atores como esse, é por isso que eles são incríveis. Não sei se quero ser assim. Talvez seja um erro, talvez não seja bem sucedida por causa disso”. Ela disse sorrindo, sem arrependimento, e não vemos a falsa modéstia: na verdade, paz. A perfeição não é para ela: não importa.
Desde que ela se mudou para Los Angeles, o sonho americano não a encanta. Valverde lamenta a simplicidade da Europa, onde você não precisa se planejar com antecedência, onde você pode se perder caminhando e usando o transporte público. A assumidamente feminista se refere para esta vida de encenação onde, diante de um ponto de vista, as pessoas preferem tirar uma selfie ao invés de admirar a beleza do lugar. Ah, claro, com mais de 700 mil seguidores no Instagram, a atriz entende o jogo de mídia social. “Eu realmente não gosto disso, mas eu vejo isso como um instrumento de trabalho. É importante estar conectado com meus fãs”, ela quase se desculpa.
A espanhola insiste em sua responsabilidade quando fala, prefere ser ponderada. Quanto a Weinstein e #Metoo, ela não disse nada. “Estou com elas”, ela repete três vezes. “Eu sofri uma ou duas vezes no trabalho, mas nunca experimentei agressão física”. E, explica: “Na Espanha, tivemos um grande problema. Estupro coletivo em Pamplona contra uma menina de 18 anos. Mas não irei publicar uma mensagem no Instagram, não mudaria nada. Eu prefiro ir com os outros para protestar nas ruas”.
Politicamente, os últimos meses parecem um barco bêbado com transtornos e desesperançado. Aquela que prefere Barcelona ao Real Madrid (“muito arrogante”) está triste, inevitavelmente, pela situação na Catalunha: “Estou completamente perdida. Eu tenho muitos amigos lá, eles estão meio e meio. Não sei onde está a verdade”, ela espera “que a Espanha permaneça unificada, mas não acho que seja realmente possível”. Entre Trump e Venezuela, o país de Gustavo Dudamel, a situação não é melhor. Seu marido, há muito tempo Chavista, agora critica Maduro, a ponto de o presidente cancelar este verão a turnê americana da Orquestra Sinfônica Simón Bolívar que ele dirige. Ela procura suas palavras, realmente não as encontra: “Está em toda parte. Existe um enorme problema de comunicação, e os políticos não querem vê-lo”.
Esta é a boêmia, María Valverde, que caminha no frio e no cinza de novembro: ela gostaria de viver feliz, com amor e água fresca, em um sótão do Quartier Latin, mas o mundo sempre a alcança.
Fonte | Tradução – Larissa F.
Linda! María foi um dos destaques do mês de dezembro da revista Grazia France. Veja o scan em alta qualidade na galeria:
Photoshoot novo a caminho! O fotografo Nico Bustos compartilhou duas fotos e um vídeo de María nos bastidores de um novo ensaio fotográfico para a revista Vogue Spain. Veja:
María falou sobre “Ali & Nino” e “The Limehouse Golem” com o site El Mundo, leia mais:
Apesar da história se passar no começo do século passado, parece um conto de príncipes e princesas que aconteceu tempos atrás.
Sim, parece. Eu acho que é uma história de amor clássica no sentido de que poderia ter sido a trama de um filme de longa-metragem no início ou meados do século XX. Histórias deste tipo serviram a Asif Kapadia, o diretor, como referência quando se trata de fazer este filme. Ele fala muito bem dele e sua maneira de lidar com um assunto histórico tão complicado quanto este. Embora Ali & Nino se desenvolva em um momento específico, não parece uma história antiga.
À medida que o trama progride, sua personagem parece perder gradualmente a inocência.
Eu acho que Nino atua de maneira corajosa, porque ela é capaz de se adaptar ao que acontece e tomar as decisões que devem ser tomadas no momento certo. E ela não hesita em se rebelar quando é necessário. Nino tem um fogo interno que faz com que ela pareça como uma mulher à frente de seu tempo, quase como se fosse de outra época.
Foi difícil enfrentar seu primeiro papel principal em inglês?
Nesse caso foi complicado, não vou mentir para você. Mas ter o apoio do diretor me deu forças para superar o desafio.
Você costuma aceitar desafios como esses sem pensar demais?
Eu teria que pensar sobre a resposta correta (dúvida). Por um lado, eu diria que penso demais nas coisas. Embora, na realidade, não seja assim… tenho costume de dar saltos no escuro, e às vezes sou atingida. Eu acho que o medo me move e me excita. É por isso que faço os trabalhos que faço, porque vejo neles algo que me motiva. Se pensasse tanto, eu não faria tantas coisas… e teria muitos arrependimentos.
Semana passada tivemos a estreia de ‘The Limehouse Golem’, agora ‘Ali & Nino’ e mês que vem ‘Ce Qui Nous Lie’. Se continuar desse jeito você vai ocupar todos cartazes dos cinemas…
Juntaram os três, mas a verdade é que alguns deles foram gravados há anos. Então você vê, cada projeto leva seu tempo… E também tem La Carga, que filmei no México, e Plonger, outro que fiz na França. Mas é divertido. Tenho que me reinventar depois deste ano!
Com seus últimos filmes, quase todos baseados em fatos históricos, você está fazendo uma espécie de mestrado em Geopolítica…
(Risos). Sim, a verdade é que estou aprendendo muito sobre História. É muito interessante como, através do cinema, você pode aprender muitas coisas. Egoistamente, eu levo o cinema como uma terapia e como uma forma de conhecer o mundo. É um trabalho que o ajuda a entender o que acontece e por que aconteceu. Isso me excita.
Vale ressaltar que seus trabalhos fora da Espanha, com exceção de ‘Exodus: Gods and Kings’, geralmente não são de Hollywood…
Eu sempre pensei que um ator deve estar aberto ao que vem a ele. E às vezes você não decide onde deve estar. É por isso que, de todas as oportunidades que você tem, você tem que escolher as melhores.
E sobre filmar fora, a verdade é que Hollywood não é tudo. Há tantos países para descobrir que fazem um cinema maravilhoso… Se você puder passar por todos locais possíveis, pode fazer muitas coisas e forjar a carreira que deseja. Me considero muito afortunada de ter visitado países que, de outra forma, não conheceria.
Em The Limehouse Golem você surpreende com uma mudança de ‘estilo’…
Sim, adorei fazer uma femme fatale. O diretor, Juan Carlos Medina, me escolheu porque acreditava que poderia dar vida a um personagem totalmente diferente do que já havia feito até aquele momento. Sou muito grata por ele ter me oferecido algo assim. Com amor tudo funciona.
Como uma fã de Bill Nighy, você lutou para não se deixar levar pelas emoções de ter que compartilhar cenas com ele?
É difícil, mas como pessoa, eu gosto de conhecer os atores com os quais trabalho. Mesmo que eu morra da emoção, eu tento deixar essas coisas em casa. Através do que sinto pelos intérpretes que admiro consigo entender aquelas pessoas que se aproximam de você para tentar uma conversa ou em busca de uma foto. É como estar do outro lado.
Também aconteceu em ‘Ali & Nino’ com Mandy Patinkin. Conversar com o ator ‘The Princess Bride’ sobre sua esposa e filhos…
Você ficou surpresa ao ver as reações dos Espanhóis com sua aparição no Concerto de Ano Novo, dirigido por seu parceiro Gustavo Dudamel?
Bom, sim. Mas isso é a minha vida, da qual estou orgulhosa e muito feliz. E feliz que o mundo tenha se aberto à beleza. Nunca sonhei que isso acontecesse comigo, mas aconteceu. Me entendo muito bem com Gustavo e vivemos como turistas que conhecem bem o trabalho do outro.
Fonte | Tradução – Equipe María Valverde Brasil
Em meados de 2016, a sofisticada grife italiana de joias, acessórios e fragrâncias Bvlgari lançou uma campanha para comemorar sua parceria com a Save the Children. Nomeado #RAISE YOUR HAND, o projeto tem como objetivo arrecadar mais fundos para a ONG.
Nos orgulhando mais uma vez, María foi uma das artistas que apoiou a causa. Veja um vídeo e foto:
Tendo três projetos franceses na manga, María Valverde foi citada em uma matéria da revista Grazia onde falam sobre ‘novos rostos’ no cinema do país. Confira o scan, a foto do ensaio e tradução da matéria:
A BOLA DE ATRIZES
Elas tem algo em comum: não estão em seu primeiro filme, mas podem manter o rótulo de ‘novo rosto’.
A espanhola María Valverde, 30 anos, já é uma estrela em seu país, marcada com um prêmio importante em sua estréia em 2003. Após um papel no último filme de Cédric Klapisch, ela estará nos próximos dois projetos de Mélanie Laurent, Plonger (que será lançado dia 06 de dezembro) e Galveston, o primeiro thriller inglês da atriz e diretora francesa.
Essas rostos serão vistos novamente, muitas vezes.