Como de costume, já disponibilizamos os scans e traduzimos a entrevista de María Valverde para a revista espanhola Cinemania. Veja tudo abaixo:
2014 criou um ponto de inflexão na vida de María Valverde. Depois de uma década de dedicação à atuação, a atriz fez suas malas e mudou-se para Londres. Anteriormente, houve o sucesso de “Tres metros sobre el cielo” e sua sequência, assim como a ruptura de seu relacionamento público com Mario Casas.
Depois disso, estava a sua espera o olimpo dos deuses chamado Hollywood nas mãos de Ridley Scott. Porém, María estava predestinada à fama internacional muito antes de “Exodus: Gods and Kings” e tornou-se a ‘nova Penélope Cruz‘. Nascida em Carabanchel, em 1987, aos 10 anos deixou de lado a ideia de ser astronauta e decidiu fazer aulas de artes dramáticas, embora “nunca pensei que gravaria um filme, apenas sonhava”. O sonho tornou-se realidade graças a Manuel Martín Cuenca, que viu naquela adolescente de 16 anos a protagonista para “La flaqueza del bolchevique”. Enquanto a maioria dos atores de seu país e de sua geração faziam séries de TV, María conquistava um Goya de melhor atriz revelação.
Dois anos mais tarde, decidiu abandonar os estúdios e ir para Itália para gravar seu primeiro filme estrangeiro, “Melissa P.”, filme controverso sobre o despertar sexual de sua jovem protagonista. A aparência de ‘Lolita espanhola’ fez com que conseguisse seus primeiros trabalhos. Nem sua juventude e aspecto infantil a impediu de conquistar uma carreira heterogênea, com personagens como Lucrécia Borgia em “Los Borgia” ou Fiamma, no irlandês “Cracks”, ou até mesmo outros mais maduros como Manuela, em “La mujer del anarquista”.
A atriz também foi capaz de se manter depois do tsunami “Tres metros sobre el cielo”, graças aos seus papéis nas séries “La Fuga” e “Hermanos”. No entanto, esse mesmo terremoto arrasou com sua vida privada, que se converteu, infelizmente, à carne fresca para tabloides. Repetir protagonismo com Mario Casas, seu parceiro naquela época, em “Tengo ganas de ti” (sequência de 3MSC) e “La Mula” só piorou a situação. Assim, em 2014, a atriz decidiu se mudar para a capital britânica. Durante essa época de ‘exílio’ imposto a si mesma (“Trabalhando fora me fez descobrir que eu gosto de começar do zero e me fez sentir estranha”), ela trabalhou nas produções norte-americanas “Broken Horses” e no bíblico “Exodus: Gods and Kings”, assim como a estreia de María na comédia “Ahora o Nunca”, e em “Gernika”, de Koldo Serra.
Escolhida em 2016 como um dos 10 talentos em ascensão pelo European Film Promotion, a matritense retornou às telonas com duas novas produções inglesas: “The Limehouse Golem”, de Juan Carlos Medina, e “Ali & Nino”, o drama romântico dirigido por Asif Kapadia (Amy), baseado na história de Kurban Said: “Não conhecia o livro, mas tenho uma amiga que morava em Londres e conseguiu um exemplar que havia lido na escola”. Valverde dá vida a Nino, uma cristã namorada de um muçulmano em Baku dos anos 1918 e 1920, “Um personagem feminino e forte, capaz de fazer tudo por amor, que se torna uma mulher que eu admiro”. Aliás, se trata de seu primeiro papel protagonista em inglês: “Eu tive dificuldade em improvisar porque cada cena era diferente e eu não tinha o vocabulário além daquele que eu havia ensaiado. Todos nós éramos estrangeiros e foi como a torre de Babel. Haviam italianos fazendo armênios e turcos que fazia azerbaijanos. Foi uma mistura maravilhosa.”
Atualmente, acabou de entrar nos trinta como uma das atrizes espanholas com maior projeção internacional, María enfrenta o futuro com serenidade de quem abraça a incerteza. “É difícil manter essa carreira. Não se sabe até quando irá durar, talvez termine agora ou daqui alguns anos. Nesse momento, estou um pouco na terra de ninguém. Se me oferecerem um projeto interessante, eu aceito, mas estou dando esse tempo de descanso para mim.”
LA FLAQUEZA DEL BOLCHEVIQUE: Ela foi selecionada entre mais de 3.000 candidatas, María cresceu com o Goya de melhor atriz revelação em sua estreia: “Foi o melhor início possível”.
TRES METROS SOBRE EL CIELO: O filme mais falado de 2010 a tornou em uma das atrizes da moda. Sua relação com Mario Casas ultrapassou as telonas e durou até 2014. Agora está casada com o maestro Gustavo Dudamel.
MUSA EUROPÉIA: “Antes de aceitar um projeto, sempre vejo se terá algum risco”. Estreou fora da Espanha com Melissa P., e foi o desejo inaceitável de Eva Green no irlandês Cracks.
EXODUS: GODS AND KINGS: Ridley Scott contou que Penélope Cruz recomendou María para o papel de Zipporah. As comparações entre ambas atrizes não era o que ela esperava: “É um orgulho, mas não estou a altura dela”.
ALI & NINO: “Queria trabalhar com Asif Kapadia e fazer parte de um filme clássico foi algo que eu nunca havia feito antes. Foi uma experiência mágica, com um mês de preparação em Baku e as gravações foram nas montanhas de Cáucaso”.
Fonte | Tradução – Yasmim