O site Nació Digital entrevistou María durante o Festival de Sitges, onde ela falou sobre o filme The Limehouse Golem, suas participações no festival e sua carreira. Confira a tradução abaixo:
“Os festivais como Sitges são aqueles que realmente valem a pena”, confessa María Valverde no início desta conversa. Não é um elogio, ela sabe do que fala: ela foi capaz de ver em primeira mão quando veio apresentar “El rey de la montaña” em 2007, quando era apenas um dos rostos mais promissores do cinema espanhol. Nove anos mais tarde, María Valverde tem agora uma carreira de deixar tonto, que ela trouxe uma paixão para o palco e fala muito bem de suas habilidades e presença como uma atriz de estatura internacional. Serena, discreta e sensível conversa sobre seu último filme, The Limehouse Golem, o filme de encerramento da edição de 2016 de Sitges.
Como se tornou parte de The Limehouse Golem?
MV: Entrei através do Juan Carlos Medina, ele disse que me queria como alguma de suas personagens femininas. Me enviou o script, e amei o que li, do começo ao fim. Eu gostaria de lê-lo como uma criança e tentar descobrir quem era o Golem! Depois que li, conversei várias vezes com ele e o produtor, e no final eles contaram comigo. Me ofereceram esse papel diretamente, a de Aveline.
Um caminho direto para o filme sem testes…
MV: Sim, diretamente. Quando você é um ator, você nunca sabe como ou quando eles farão as coisas. Neste caso, no entanto, correu bem, sem testes. Eu acho que pesou sobre todo o trabalho que tinha feito anteriormente, o fato de que não é um teste.
Como foi a experiência de trabalhar com Juan Carlos Medina?
MV: Tivemos muitas conversas antes. Eu estava um pouco nervosa sobre a personagem, nunca tinha feito nada assim e eu estava com medo de não estar a altura.
Depois de trabalhar com Ridley Scott, ter um Goya e aparecido em mais de trinta filmes, alguns deles de muito sucesso, ainda sente medo?
MV: Sim, atuar é um medo, uma espécie de medo do palco. Mas Juan Carlos foi muito claro e nós imediatamente começamos a procurar maneiras de lidar bem com o personagem. Uma vez dentro do projeto, com o treinamento que eu tinha que fazer no trapézio, e depois de duros dias de testes, eu estava feliz, apreciando. Eu dou cem por cento. Ter um bom produtor por trás, que está sempre exigindo o melhor de você, é também uma garantia para fluir bem.
No filme interpreta uma personagem complexa e ambivalente.
MV: Sim, eu tive que trabalhar com todas aquelas coisas que não são ditas, mas são muito importantes.
Juan Carlos Medina marcou muito em cima para um nível de interpretação ou ele é daqueles diretores que deixam você livre?
MV: Marcou muito, e eu acho que neste caso, isso é muito bom, porque a personagem já estava muito bem escrita. Isso me ajudou muito a me encontrar como atriz em seu personagem. Juan Carlos era muito requintado com a aparência e gestos. Me lembro da primeira cena que filmamos, onde fizemos muitos planos, não paramos.
Christopher Walken, disse nesta sexta-feira que inicialmente era muito mais intervencionista e tentava entender os personagens completamente. No entanto, ao longo do tempo disse que não faz mais isso. Como você encara um personagem? Você gosta de absorver tudo o que rodeia o personagem ou prefere fluir livremente?
MV: Eu gosto de saber exatamente onde estou: estudar bem o ambiente e os personagens, qual é realmente o ponto, temporal e geográfica, etc. Isso me ajuda na precisão do personagem. Eu gosto desse modelo de gestão. No caso de concreto, Juan Carlos Medina era muito exigente, e isso é muito importante neste tipo de filme, nem tudo vai, tudo deve ter um porquê. Ao mesmo tempo, eu me deixo levar pelo o que estou vivendo, não fico planejando. Eu não quero me decepcionar, eu gosto do processo.
Recentemente, temos visto alguns filmes históricos, como Gernika. Como a construir um personagem com precisão, você lê muito sobre a época?
MV: Acho que nunca é suficiente. Sempre é preciso mais, investigar muito. É tudo questão sobre o que você quer saber, mas neste caso é verdade que Londres vitoriana era muito atraente para estudar. Adicionado a isso, no meu caso, foi muito importante e necessário para descobrir exatamente como as mulheres eram.
Antes, Juan Carlos Medina citou La flaqueza del Bolchevique, o que mudou desde então como atriz?
MV: Eu não sei se algo mudou… Sim, eu posso dizer que algo foi criado. Em La flaqueza del Bolchevique, Manuel Martín Cuenca me deu forma, foi um mestre. E toda a minha carreira eu tenho tido muitos professores. Na verdade, eu me sinto mais insegura agora do que quando eu comecei, talvez porque eu tenha a responsabilidade de fazer um bom trabalho. Mas eu me sinto muito privilegiada de ter criado a minha carreira. Eu também tenho a sorte de ter tido pessoas que confiaram em mim para fazer coisas diferentes, como Juan Carlos, que me fez ser uma femme fatale.
JCD: Eu amo a personagem! Tanto em Exodus como em Cracks, Maria faz tão diferentes, que os personagens têm sua própria vida muito interessante.
MV: É muito importante que você seja honesto consigo mesmo e se doe quando for dar vida para um personagem.
O que significou para você, Juan Carlos, ser o diretor do filme de encerramento do Festival de Sitges 2016?
MV: Um privilégio. Meu primeiro filme foi mostrado aqui em 2012, e antes disso tinha sido anos e anos a chegar ao festival para ver filmes ou colegas fazendo o tipo de filme que me excita. Aqui é um programa muito ambicioso, cinema de gênero e cinéfilo, grande cinema asiático, etc. Posso dizer que Sitges é uma espécie de casa para mim.
Fonte | Tradução – Priscila B.