Dando continuidade à divulgação de Plonger, María Valverde concedeu uma entrevista ao site Liberation. Leia:
A doce e sonhadora atriz espanhola interpreta uma fotógrafa mãe passando por dúvidas no último filme de Mélanie Laurent, Plonger.
Se Paris é uma festa, como diz a propaganda, a capital ainda pode ser um diferencial onde a alma é sem limites, dá para se pensar ao ver a morena dos sonhos María Valverde, com um chapéu na cabeça, andando pelo Champ-de-Mars.
A atriz está na França para a promoção de Plonger, o novo filme de Mélanie Laurent, adaptado do livro de Christophe Ono-dit-Biot, no qual ela interpreta uma fotógrafa com incertezas, sonhando com mais aventuras e conflitos do que ser mãe de um bebê. E, ao contrário dos maus hábitos das estrelas internacionais, que engolem entrevistas como se fossem Apéricubes, imediatamente digeridas, logo esquecidas, a espanhola toma tempo para responder nossas perguntas em um café chique do 7º arrondissement. Além disso, ela ficará aqui pelo menos até o fim de dezembro. Seu marido, Gustavo Dudamel, um famoso maestro venezuelano da Orquestra Filarmônica de Los Angeles liderará a Bohème na Ópera de Paris. Ela aproveitará a oportunidade para caminhar, ver o Sena fluir sob a ponte Mirabeau ou passar dias tranquilos em Clinchy. Ele tem 36 anos, ela 30, eles estão juntos desde fevereiro, ela diz imediatamente, com voz suave e olhos brilhando. “Eu nunca quis realmente me casar. Não acreditava que devemos provar nosso amor assim, mas ele mudou todas as minhas crenças.”
María Valverde teve tudo muito rápido, talvez até um pouco cedo demais. Com a idade de 16 anos, em 2003, uma madrilena, de uma família comum, um pai desempregado aos 50 anos e incapaz de encontrar emprego, uma enfermeira mãe, estrelou La Flaqueza del Bolchevique de Manuel Martín Cuenca. Ela ganhou um Goya de Melhor Atriz Revelação, equivalente ao César para os nossos vizinhos hispânicos. Ela é uma celebridade, as capas de revistas e filmes que estão ligados, mais ou menos bons, em casa e no exterior, a Hollywood, com Exodus… de Ridley Scott, em 2014. Ela diz, em frente a um copo de água: “Comecei minha carreira pelo telhado e agora estou tentando construir as paredes”. Este ano, a construção foi francesa, aparecendo em “Ce qui nos lie”, de Cédric Klapisch, antes de “Plonger”, e então terá outro filme com Mélanie Laurent, Galveston, filmado em inglês nos Estados Unidos.
“Preciso de papéis em que falamos sobre mulheres reais, que estão sofrendo, que desejam ser bem-sucedidas e livres”, entusiasma-se a atriz. “Paz é uma mulher de ruptura, está perdida, não sabe onde ela está. Ela é todas as mulheres: todas nós estivemos lá”.
“Tive uma chance louca de encontrar em María”, escreveu Mélanie Laurent por correio. “Ela é maravilhosa: ela não apenas tem uma beleza irresistível, ela é acima de tudo sensível, inteligente e profundamente amável. Foi um sonho trabalhar com ela”. A atriz não fala francês: ela aprendeu seu papel na fonética. No filme, ela é apaixonante e encantadora e pontua suas frases com um sotaque ibérico encantador.
Na alegre atmosfera do café, onde ninguém parece precisar voltar ao trabalho, María Valverde sabe que já viveu uma vida, não gostaria de mudar nada no passado, mas gostaria de encontrar uma forma de liberdade. A católica não praticante diz que pinta muito, fala sobre as emoções que sente em frente às obras de Botero ou em face das obras-primas da Uffizi em Florença. Borboletas na barriga e na vertigem, como qualquer boa heroína romântica, à beira do desmaio, uma síndrome de Stendhal perfeita. A atriz gostaria de fazer escultura, estudar as artes, lamenta não ter ido para a universidade, depois de parar o ensino médio para um filme na Itália. “Minha vida pessoal é mais importante do que o meu trabalho”, ela explica, com um olhar separado que vemos com mais frequência em pessoas com mais idade, os cabelos brancos mais próximos, do que em uma garota com flores. Ou é como esta geração “Y” que declara alto e claro não ter nascido para sofrer. “Eu estava assistindo o outro dia um documentário, Jim & Andy, sobre Jim Carrey. Ele dá tudo, ele é seu personagem o tempo todo. Há atores como esse, é por isso que eles são incríveis. Não sei se quero ser assim. Talvez seja um erro, talvez não seja bem sucedida por causa disso”. Ela disse sorrindo, sem arrependimento, e não vemos a falsa modéstia: na verdade, paz. A perfeição não é para ela: não importa.
Desde que ela se mudou para Los Angeles, o sonho americano não a encanta. Valverde lamenta a simplicidade da Europa, onde você não precisa se planejar com antecedência, onde você pode se perder caminhando e usando o transporte público. A assumidamente feminista se refere para esta vida de encenação onde, diante de um ponto de vista, as pessoas preferem tirar uma selfie ao invés de admirar a beleza do lugar. Ah, claro, com mais de 700 mil seguidores no Instagram, a atriz entende o jogo de mídia social. “Eu realmente não gosto disso, mas eu vejo isso como um instrumento de trabalho. É importante estar conectado com meus fãs”, ela quase se desculpa.
A espanhola insiste em sua responsabilidade quando fala, prefere ser ponderada. Quanto a Weinstein e #Metoo, ela não disse nada. “Estou com elas”, ela repete três vezes. “Eu sofri uma ou duas vezes no trabalho, mas nunca experimentei agressão física”. E, explica: “Na Espanha, tivemos um grande problema. Estupro coletivo em Pamplona contra uma menina de 18 anos. Mas não irei publicar uma mensagem no Instagram, não mudaria nada. Eu prefiro ir com os outros para protestar nas ruas”.
Politicamente, os últimos meses parecem um barco bêbado com transtornos e desesperançado. Aquela que prefere Barcelona ao Real Madrid (“muito arrogante”) está triste, inevitavelmente, pela situação na Catalunha: “Estou completamente perdida. Eu tenho muitos amigos lá, eles estão meio e meio. Não sei onde está a verdade”, ela espera “que a Espanha permaneça unificada, mas não acho que seja realmente possível”. Entre Trump e Venezuela, o país de Gustavo Dudamel, a situação não é melhor. Seu marido, há muito tempo Chavista, agora critica Maduro, a ponto de o presidente cancelar este verão a turnê americana da Orquestra Sinfônica Simón Bolívar que ele dirige. Ela procura suas palavras, realmente não as encontra: “Está em toda parte. Existe um enorme problema de comunicação, e os políticos não querem vê-lo”.
Esta é a boêmia, María Valverde, que caminha no frio e no cinza de novembro: ela gostaria de viver feliz, com amor e água fresca, em um sótão do Quartier Latin, mas o mundo sempre a alcança.
Fonte | Tradução – Larissa F.
Assistam a participação de María no programa francês “Le Quotidien”:
Apesar da tradução espontânea em francês, tentamos traduzir algumas partes da entrevista para vocês.
– A verdade é que foi algo inesperado… gravar meu primeiro filme aos 15 e ganhar um prêmio desse nível.
– Precisei afrontar meus medos. Água, não sei porque sempre tenho que gravar na água… eu odeio, porque sempre acontecem coisas estranhas. E aprender francês, que sempre foi meu sonho, mas não era fácil.
– Tive um treinador/professor maravilhoso, que é ator e me ajudou muito, sussurrava as coisas que eu tinha que dizer e fui aprendendo o que estava dizendo.
– Perfeito! Você fala Espanhol muito bem. Que bonito!
– Paz é uma personagem realmente me tocou por dentro, porque consegui entende-la. Não somente como atriz, ou como artista, mas como mulher. Tem momentos na sua vida que você se sente perdida, e não é fácil. Mas na minha vida consegui levar isso bem, eu acho.
– Sim, vivo em Los Angeles, e muito bem. Também morei em Londres… a verdade é que gosto de descobrir o mundo, seja na minha vida pessoal ou profissional.
– Posso ser sincera? Gostaria de continuar trabalhando com Mélanie. É uma mulher que admiro, que me deu a oportunidade da minha vida, e quero continuar aprendendo novas coisas com ela.
Aconteceu hoje (28), em Paris, a premiere de “Plonger”, novo filme de María Valverde e Gilles Lellouche. Já adicionamos diversas fotos da atriz chegando e dentro do evento na galeria, veja:
📹 | María e Gilles Lellouche na premiere de "Plonger". pic.twitter.com/Zc79cwDVvN
— Maria Valverde Brasil (@mariavalverdebr) November 29, 2017
📹 | Outro vídeo! pic.twitter.com/ykOwQzbfai
— Maria Valverde Brasil (@mariavalverdebr) November 29, 2017
Na última quinta-feira, 23 de novembro, María Valverde concedeu algumas entrevistas para divulgar “Plonger”. Confira fotos dos bastidores:
Linda! María foi um dos destaques do mês de dezembro da revista Grazia France. Veja o scan em alta qualidade na galeria:
Começando a divulgação de “Plonger” na França, María Valverde esteve no programa “Tous Cinéma” para falar sobre o filme. Assista (16:15):
– Desculpe.
– A verdade é que tem sido um processo mágico falar em um idioma que eu não sabia, que sempre me encantou porque parece a língua do amor…
Foi muito difícil falar em francês, inglês e espanhol em sequência. Realmente não sei como fiz isso, para ser sincera. Mas acredito que me deram todas ferramentas para criar uma personagem cheia de dor, amor, luz e paixão.
Já tinha lido o livro?
– Não. Mas por Melanie eu li e entendi a mudança que ela quis fazer ao fortalecer Paz e o personagem de Gilles.
Sobre Paz Aguilera:
– Paz é uma mulher que está perdida, que tem essa necessidade de aproveitar a vida porque se sente vazia. Um filho e marido não é o suficiente para ela. Não por ela, mas pela maneira que esta se sentindo naquele momento, e é uma longa jornada.
Como seres humanos, muitas vezes pensamos que tudo que precisamos não nos deixará totalmente contentes e tentamos encontrar a felicidade em outras coisas. Uma artista, fotografa, mãe ou uma mulher… ela precisa sentir que tudo que esta vivendo tem um sentido. Precisa encontrar esse sentido.
O que é mais importante para ela:
– Para mim o mais importante é a beleza. Seja na arte, no amor, em qualquer coisa… Como ser humano, eu busco a beleza. Às vezes encontro na arte, outras não, mas quando encontro, quero conquistar isso.
Sobre Mélanie Laurent:
– Paz é importante para ambas… Juntas criamos este ser que nos representa.
– Melanie é uma inspiração para mim, é muito importante ter sua amizade. Ela é uma diretora muito boa. Com ela me senti livre, e Gilles foi uma combinação perfeita.
Melanie significa muito, mais que uma diretora, é uma amiga e um exemplo de mulher.
Gostaria de fazer outro filme francês?
– Adoraria. Amo a frança e o cinema francês, é um cinema que me inspirou. E adoraria estar à altura para poder fazer outro filme em francês.
Ambiance au 🔝 dès la bande-annonce dans Tous Cinéma 🔥
au programme :
– La Villa de Robert Guédiguian, avec JP Darroussin & Ariane Ascaride
– C'est tout pour moi avec François Berléand
– Plonger avec @mariavalverde➡ RDV 20H sur #PREMIER ou en replay > https://t.co/Wnj5ryEFd5 pic.twitter.com/qefuCMkOjh
— CINE+ (@mycineplus) November 24, 2017
FINALMENTE!! Assista ao primeiro trailer de “Plonger”, novo filme de María Valverde e Gilles Lellouche.
Em uma recente entrevista no TIFF 2017, a atriz e diretora Mélanie Laurent revelou como escolheu María Valverde para o papel de Paz em “Plonger”.
Como que Gilles Lellouche e Maria Valverde concordaram em fazer parte do projeto?
Gilles é um velho amigo e nós realmente queríamos trabalhar juntos. Eu estava sonhando em vê-lo como um jovem pai emocional, apaixonado, sensível, perdido. Eu vi os testes de tela de Maria e me encantei por ela imediatamente. Jantamos e não conseguia imaginar mais ninguém para o papel. Ela é sensível, inteligente, amável e linda como o dia.
Fonte | Tradução – Equipe María Valverde Brasil